O deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO) foi absolvido, durante
votação secreta na Câmara dos Deputados, e continuará com mandato mesmo
tendo sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 13
anos de prisão pelos crimes de peculato e formação de quadrilha. Esta é
uma situação inédita na história do país. Para cassação do mandato
seriam necessário 257 votos, porém, apenas 233 deputados votaram a favor
da perda do mandato. Outros 131 votaram pela manutenção e 41 se
abstiveram.
Após ouvir o resultado, Donadon ajoelhou-se, levantou
as mãos para o céu e agradeceu a Deus. Em seguida, voltou para o
Complexo Penitenciário da Papuda. O parlamentar foi condenado pelo STF
pelo desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia à
época em que era diretor financeiro da Casa. Desde o início de julho,
ele deixou de receber o salário de deputado e todos os funcionários do
seu gabinete foram demitidos.
No entanto, como Donadon está
impossibilitado de participar de votações por causa da condenação no
STF, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), convocou o
suplente imediato, o ex-ministro da Previdência e ex-senador Amir Lando
(PMDB-RO), para assumir a vaga.
Defesa
No
início da noite, o parlamentar subiu à tribuna para se defender diante
dos colegas da Casa. Durante aproximadamente 30 minutos Donadon disse
foi injustiçado e pediu para ser absolvido das acusações de desvios de
recursos público. "Eu sou inocente dessas acusações que estão impondo
sobre mim. Não adiantaria eu vir aqui para mentir", disse.
O
parlamentar, que está preso desde de 28 de junho na Papuda, aproveitou
para reclamar das condições que está sendo submetido no presídio.
"Os
presos pediram pra dizer como a alimentação de lá é ruim", salientou.
"Justo hoje acabou a água enquanto eu tomava banho e estava ensaboado. É
desumano o que prisioneiro passa", reclamou. "Tenho sofrido bastante,
inclusive financeiramente. São dois meses que não recebo salário. Meus
assessores foram demitidos. Sou deputado e não acho justo terem
suspendido o pagamento do meu salário e cassado todos os meus direitos",
disse. . Donadon foi liberado hoje (28) pela Justiça para comparecer à
Câmara para fazer sua defesa em plenário.
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