A comunidade da área de Pedrinhas interditou desde a última segunda – feira a única entrada que dá acesso a Vila Maruai, onde mora 150 famílias. A comunidade é contra a construção do Presídio de Segurança Máxima e ainda a passagem de caminhões pesados pelas ruas. Essa casa de detenção está sendo construída pelo Governo do Estado em uma área de 67.206,71 metros quadrados para comportar 200 presos, localizado na altura do km 15, da BR 135.
Após o posto da Polícia Rodoviária Federal, no sentido São Luís a Campos de Perizes, é possível observar o túnel interditado com areia, troncos de árvore, pneus queimados e os manifestantes jogando dominó bem no meio da via. Na entrada do Maurai, os caminhões estão parados sendo que a maioria carregado com os monoblocos de concreto, utilizados na construção do presídio oriundo do Rio Grande do Sul.
“Nós não aceitamos mais a construção de penitenciárias na nossa área, pois isso aumenta o medo e a violência na comunidade”, declarou o presidente da União dos Moradores da Vila Maruai, Manoel de Jesus Costa, de 45 anos. Ele falou que os moradores não foram informados de forma oficial pelo governo sobre a construção desta nova casa de detenção.
Em conseqüência da obra, os caminhões carregados de material de construção quebraram a rede elétrica, canos de água e danificaram as vias do povoado. “Esses veículos são muito pesados e ocasionaram dano para a nossa comunidade e ainda as nossas ruas não são pavimentadas”, comentou.
Outro morador Sureid dos Santos, de 26 anos, disse que tentou várias vezes entrar em contato com a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) para pedir esclarecimentos sobre a obra, mas não foi atendido. “Eu enviei um e-mail para o secretário da Sejap ainda no mês de dezembro e até o momento não tive nenhum resultado. A comunidade precisa de melhorias depois da construção deste presídio”, afirmou.
Quem também estava participando da manifestação era o presidente da União dos Moradores de Pedrinhas, Bernardo Araújo, de 58 anos. Segundo ele, casa de detenção não trouxe nenhum benefício para o bairro de Pedrinhas. “No momento, os moradores vivem com o medo e com a presença constante do terror que instalou no complexo penitenciário do estado. O cenário é de morte, fugas e rebeliões com decapitação de internos”.
Fonte: O imparcial